Autor: Celso Kleber

Se você tem um negócio, com certeza já ouviu falar em data analytics e se não ouviu, é melhor ficar por dentro! Confira dicas para usar no seu negócio

Esse conceito se tornou tão decisivo para os negócios que ganhou até mesmo um verbete no glossário do Gartner, empresa de pesquisas em tecnologia reconhecida no mundo inteiro.

Ainda vamos falar mais sobre essa definição do Gartner nesse texto. Mas antes, vale a pena entendermos juntos porque Data Analytics, essa buzzword que ganhou a cena, veio para ficar.

Um breve passeio pela história da ciência

Bem… Essa história começa há séculos, lá em 1606, quando Francis Bacon, o pensador que fundou as bases da ciência moderna, cunhou a famosa frase:

“O conhecimento é poder.”

Apesar de simples e direta, essa frase guarda uma verdade essencial que vale até hoje. Não só para a ciência, mas também para os negócios.

O pensamento empirista, criado por Francis Bacon, dizia que o objeto de estudo deve falar por si só. Ou seja…

Nada de achismos ou feeling por parte da pessoa que observa: são os dados que levam aos fatos.

Dando um salto para 2022, a lógica continua a mesma e ainda mais decisiva. A diferença é que agora geramos dados em toneladas. Até 2025, o IDC estima que chegaremos a 180 zettabytes de dados digitais produzidos em escala global.

Data Analytics e a urgência de um método

De nada vale gerarmos zettabytes de dados se não formos capazes de extrair valor deles.

Os dados são úteis apenas quando conseguimos observá-los e analisá-los. Esse é o método científico criado pelo bom e velho Francis Bacon!

O grande desafio hoje é transformar essa quantidade massiva de dados em um ativo rentável para os negócios.

Foi por isso que surgiu o conceito de Big Data Analytics.

Afinal, o que é Data Analytics?

Chegou a hora de voltarmos ao Gartner. Veja a definição que ele elabora para o conceito:

“Análise de dados é o gerenciamento de dados para todos os usos (operacionais e analíticos). Ela impulsiona os processos de negócio e melhora os resultados empresariais ao promover tomadas de decisões mais eficazes e aprimorar a experiência do cliente.”

Com essa definição, fica fácil entender que os dados são ativos essenciais para as empresas hoje. Afinal, a partir deles é possível entender os movimentos do mercado e dar os próximos passos de forma segura.

E é também com os dados que é possível entender o comportamento dos clientes. Através da análise, é possível extrair insights para melhorar produtos e serviços ou, até mesmo, criar novos com base nas tendências do mercado.

Data Analytics como um método

Foi da urgência de analisar uma quantidade massiva de dados com o objetivo de obter respostas para os negócios que o Data Analytics surgiu e se aperfeiçoou como um método científico.

Com esse método, é possível cumprir as seguintes tarefas

·               Mineração de dados (Data Mining): prospectar e coletar dados de forma ativa no ambiente digital;

·               Preparação de dados (Data Preparation): descartar o que é desnecessário e organizar o que importa de forma estruturada;

·              Visualização de dados (Data Visualization): observar um conjunto de dados em dashboards de análise intuitiva, com o objetivo de gerar insights de negócio.

É dessa forma que as equipes gestoras são capazes de usar os dados no dia a dia dos negócios, gerando benefícios competitivos para suas empresas, como:

1. Entender a fundo o estado atual da organização;

2. Identificar falhas ou pontos de melhorias na operação;

3. Tomar decisões certeiras com embasamento sólido e científico;

4. Prever cenários futuros e se antecipar em relação à concorrência;

5. Acompanhar de forma contínua os resultados de negócio.

Mas como e quando usar dados e análises? Quais objetivos de negócios eles orientam?

Para responder a essas perguntas, vamos mostrar a seguir os principais tipos de análises de dados e o conceito por trás de cada um deles.

Os 4 tipos de Data Analytics

Dentro do universo das análises de dados, é fundamental ter em mente que dados não são uniformes e, consequentemente, seus resultados podem variar, dependendo do tipo de análise utilizada.

Dessa forma, cada tipo de análise oferece respostas diferentes para perguntas diferentes. Veja a seguir:

1. Análise descritiva

A análise descritiva é a de menor dificuldade e, logo, a mais comum. Este tipo de análise responde à pergunta: “o que aconteceu?”.

Esse modelo de análise se baseia tanto em dados históricos quanto dados atuais, tendo como objetivo detectar padrões.

2. Análise diagnóstica

Seguindo a mesma linha da análise descritiva, a diagnóstica também serve para entender o contexto atual. Seu diferencial é procurar entender os motivos, ou seja, “por que aconteceu?”.

A análise diagnóstica tem como objetivo encontrar tanto as causas como as correlações com variáveis-chave de um acontecimento. Sua pesquisa é baseada em dados históricos para encontrar a raíz de um evento ou comportamentos identificados na primeira etapa.

Sendo assim, esse método é indicado para empresas que já passaram por uma turbulência e que, no futuro, desejam ter meios para lidar com os mesmos problemas caso venham a se repetir.

3. Análise preditiva

A análise preditiva tem como intuito responder à pergunta “o que acontecerá?”. Baseando-se na leitura de dados históricos, procura antecipar os efeitos de uma decisão.

No diagnóstico preditivo, são elaborados modelos estatísticos com base em regressão, a fim de estabelecer relações de causa e efeito. Com ela, uma empresa pode prever eventos ou comportamentos com técnicas de cálculo estatístico, assim como recursos de Machine Learning.

Envolve, principalmente, o estudo de padrões e tendências, de modo que permita que as empresas identifiquem mais facilmente oportunidades para o futuro.

4. Análise prescritiva

A análise prescritiva tem como propósito levantar possibilidades de acordo com determinado acontecimento, respondendo à pergunta “o que devo fazer?”.

Entre todos, o método prescritivo tem o maior nível de dificuldade, mas consequentemente possui o maior potencial de valor entre as alternativas citadas. Esse método depende de ferramentas de Inteligência Artificial e algoritmos de Machine Learning para determinar recomendações e probabilidades.

É considerada uma análise extremamente completa, que sugere ações a serem tomadas e também pontua as possíveis implicações de cada uma.

Como escolher o tipo de análise correto?

Observando o cenário como um todo, é perceptível que cada tipo de análise equivale a uma etapa de um ciclo, que acaba se complementando. A complexidade de cada método aplicado é diretamente proporcional ao seu valor.

Porém, é crucial se atentar ao contexto a ser analisado. Nem sempre utilizar o método de análise mais complexo será o ideal ou até mesmo fará sentido.

Análises descritivas e diagnósticas permitem estabelecer uma base no diagnóstico. Esses processos são as etapas mais básicas que abrem o caminho para insights mais complexos resultantes de análises preditivas e prescritivas.

Aplicações do Data Analytics

Dados bem analisados são capazes de mudar a realidade de um negócio para melhor, ou até mesmo revolucioná-lo.

Atualmente, o Data Analytics pode (e deve) ser aplicado em todas as empresas, independente do segmento de atuação.

Em alguns setores, a implementação da metodologia foi capaz de transformar a rotina de trabalho, sendo responsável, inclusive, pela aprimoração de processos fundamentais.

Setor Financeiro

No setor financeiro, por exemplo, a análise de dados é utilizada para prever fraudes, controlar e gerir a inadimplência. Com o recurso, é possível ler informações econômicas, que possibilitam o cálculo de índices micro e macroeconômicos do mercado.

O recurso também auxilia empresas na avaliação de históricos de transações, tornando possível a automatização de alguns processos, como a concessão de crédito.

Recursos Humanos

No RH, entender o que é Data Analytics é essencial para otimizar processos demorados, que dependem muito da capacidade de análise e requerem tempo dos colaboradores.

Hoje, soluções como o Applicant Tracking System (ATS), são capazes de automatizar todo o processo de atração, seleção e recrutamento de talentos.

Área da Saúde

A implementação da análise de dados no setor de saúde foi responsável pela modernização de inúmeros procedimentos. Em prontuários eletrônicos, por exemplo, a metodologia permite diagnósticos preditivos mais assertivos, atuando contra futuras doenças antes mesmo de aparecerem os primeiros sintomas.

Há quem diga que a tecnologia e a digitalização sejam antagônicas ao atendimento humanizado. No entanto, o acesso às análises e dados ajudam médicos e outros profissionais da saúde a tomarem melhores decisões e se dedicarem com mais atenção aos seus pacientes.

Data Analytics para o seu negócio: Conte com a Qintess!

A análise de dados ajuda cada vez mais as empresas a aproveitarem os próprios dados para mapear oportunidades de crescimento. Assim, o resultado não poderia ser diferente: negócios inteligentes, aumento no lucro, operações de sucesso e clientes felizes!

É por isso que a Qintess ajuda seus clientes a extraírem ao máximo suas vantagens competitivas, estruturando o verdadeiro valor dos dados, tanto para processos internos quanto em novos modelos de negócios.

Aplicamos inteligência para revelar padrões e tendências ocultas e obter insights significativos, úteis e relevantes para tomada de decisões estratégicas.

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O mercado global está em constante transformação e não vai parar tão cedo. Confira aqui dicas, informações e muito mais sobre a revolução Open Finance

O mercado financeiro global está em constante transformação. Com a evolução da tecnologia, as mudanças que vêm acontecendo nos negócios podem ser vistas como verdadeiras revoluções que afetam todo o cenário e as regras desse segmento.

Em uma sociedade extremamente conectada, onde a tecnologia avança em um ritmo avassalador, dados e informações pessoais se tornaram um capital precioso, cada vez mais cobiçado pelas empresas. 

Hoje, é absolutamente tudo sobre dados.

Assim, o conceito de sistema Open Banking surgiu, em meados de 2016 na Europa, com a proposta de centralizar os modelos de negócio no cliente. Em outras palavras, colocá-lo como agente do compartilhamento de suas informações

Com o surgimento da COVID-19, esse processo se intensificou. De acordo com uma pesquisa internacional da Experian, o número de pessoas que opta por compartilhar seus dados por meio de Open Banking triplicou desde o início da pandemia. 

Aqui no Brasil, o Banco Central começou a implementação do sistema no início de 2021. E as mudanças não param por aí: o Open Banking, até o final deste ano, será Open Finance, um sistema que abrange muito mais do que apenas os bancos. 

Essa revolução interfere não apenas no modo como as instituições desenvolvem seus serviços e ofertas, mas também ampliará a concorrência e a eficiência do sistema brasileiro. Mas quais serão os impactos dessa mudança de regras no mercado financeiro?

No dia 12 de agosto de 2021, a Qintess realizou um webinar que reuniu especialistas sobre o assunto. Intitulado “Open Finance: A Revolução do Mercado Financeiro”, o evento teve o objetivo de discutir o conceito e os benefícios do Open Finance, assim como os setores impactados e as novas oportunidades de negócio.

Clique aqui para assistir ao evento na íntegra.

Neste paper, procuramos reunir os principais insights discutidos em nosso webinar, além das previsões para alguns setores como seguros, varejo e investimentos.

Continue lendo e saiba tudo sobre essa revolução!

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O que é Open Finance? 

O Open Finance é uma ampliação do Open Banking. Um sistema financeiro aberto, gratuito e seguro para o compartilhamento de dados que, além de funcionar para bancos, pretende incluir todo o ecossistema financeiro, como corretoras, seguradoras, companhias de câmbio, e fundos de previdência. Assim, o Open Finance contempla processos de Open Banking, Open Insurance, dentre outros. 

De acordo com Celso Kleber, CTO da Qintess, a necessidade de trazer mais competitividade ao setor financeiro e proporcionar uma maior democratização do crédito trouxe reflexões ao órgão regulador. Inicialmente, o Open Banking apareceu como o propulsor central de toda essa transformação dos serviços financeiros. Agora, vem a proposta do Open Finance, trazendo soluções personalizadas, com o melhor serviço e com preços mais justos. 

O objetivo é democratizar diversos tipos de produtos financeiros, para que as empresas possam compartilhar as informações entre elas e o cliente ter o direito de escolher qual instituição oferece as melhores condições para cada serviço.

Para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Open Finance é um projeto que democratiza a indústria de dados, permitindo o crescimento da economia. 

“O Open Banking não é mais o que entendemos que o projeto deveria ser. O que está a caminho não é somente uma fusão de bancos com fintechs. O que está a caminho é uma fusão de mídia social com indústria financeira.” – Roberto Campos Neto

Na prática, o Open Finance irá muito além dos bancos. O modelo funciona como uma espécie de rede de dados entre instituições financeiras, que com o aval do usuário, poderá evoluir para uma integração de toda a cadeia de produtos e serviços, tal como varejo e bens de consumo.

Para os consumidores, isso abre um mundo de possibilidades financeiras. Com o Open Finance, os consumidores podem ter acesso mais eficaz a sistemas de poupança, fundos de pensão, seguros, crédito e investimentos.

“Não é só Banking. É Finance mesmo. É tudo. A gente terá em vários canais de distribuição a possibilidade de as pessoas resolverem suas questões financeiras, por ali mesmo. Os canais de distribuição serão exponenciados.”  Fábio Lins (Banco Original), no Webinar A Revolução do Open Finance

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Quais serão os benefícios do Open Finance? 

Para o usuário:

O movimento Open Finance fornece autonomia e propriedade ao usuário com relação ao compartilhamento de dados, fazendo com que ele possa se beneficiar da livre concorrência e das melhores condições em todo o ecossistema de serviços financeiros. O resultado? Mais liberdade e redução de burocracias.

Para Leandro Nóbrega, Líder de Operações da América Latina na Belvo, há, no Brasil, um problema ainda maior que a desbancarização: a sub-bancarização, ou seja: o usuário possuir conta aberta em um banco mas não acessar os produtos financeiros e não movimentar o dinheiro. Isso se dá por diversos motivos, seja pelo formato inadequado ou pelas taxas elevadas, por exemplo.

É por isso que com o Open Finance o usuário terá muito mais controle sobre a própria vida financeira, e tudo em um só lugar. Compartilhando suas informações, as instituições conhecerão mais o seu perfil e desenvolverão as melhores ofertas.

Para as empresas:

Com os dados do usuário, as empresas possuirão maior embasamento para ofertas assertivas e condições de produtos, além de outros benefícios. Nesse sentido, o Open Finance também contribuirá para o surgimento de novos modelos de serviços no mercado. 

No setor varejista, o novo sistema vai trazer uma série de oportunidades, já que o compartilhamento de informações permitirá a criação de opções de parcelamento e financiamentos customizados às condições financeiras dos clientes.

Segundo Fábio Lins, Superintendente Executivo de canais, Pix e Open Banking do Banco Original, o Brasil entra de fato em uma grande trajetória de democratização dos serviços financeiros não somente para as pessoas físicas, mas também para as empresas. Principalmente para os microempreendedores individuais, que tiveram os seus negócios prejudicados pela pandemia e nesse momento de retomada vão precisar de um apoio maior.

“Antigamente o processo era ‘inside out’, ou seja: o cliente precisava obedecer às regras de quem detinha suas informações. Hoje, o movimento é ao contrário: o cliente dita as regras sobre o produto que quer consumir. Assim, o business começa a ser gerado em cima disso: o cliente no centro de tudo.” Leandro Nóbrega (Belvo) no Webinar A Revolução do Open Finance

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Quais dados serão compartilhados? É seguro?

No Brasil, a implementação do sistema será gradual e realizada em fases. Até o final de 2021, está previsto o compartilhamento, entre as instituições, das seguintes informações do usuário: dados cadastrais e transacionais de clientes relacionados a conta de depósito; cartão de crédito; operações de crédito; conta-salário; operações de câmbio; credenciamento em arranjos de pagamento; investimento; seguros e previdência complementar aberta.

Importante: o compartilhamento dessas informações só acontece com a autorização do usuário.

Segundo o Banco Central, o usuário poderá escolher como, quando e com qual instituição participante irá compartilhar os dados, e poderá interromper esse consentimento a qualquer momento. O processo será 100% digital e realizado dentro de um ambiente totalmente seguro.

Leandro Nóbrega ressalta que a segurança não é um estado, e sim um sentimento. Segundo ele, a pessoa da ponta precisa se sentir segura. Assim, é preciso disseminar toda uma educação digital para que o usuário possa aproveitar essa nova estrutura.

“O Open Banking foi construído em cima da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados); assim, possui todos os protocolos de segurança e proteção.” Luiz Gustavo Nugnes (TecBan), no Webinar A Revolução do Open Finance

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Quando será a implementação no Brasil?

Ao todo, são 4 fases de implementação do conceito até chegar-se, efetivamente, ao Open Finance. Veja quais são elas:

Fase 1 (01/02/21)

Compartilhamento das informações sobre canais de atendimento, serviços e produtos financeiros das instituições. O cliente ainda não participa.

Fase 2 (13/08/21)

O cliente poder compartilhar, com as instituições que desejar, dados cadastrais, transações em conta e informações sobre cartões e operações de crédito.

Fase 3 (30/08/21)

Consumidores terão acesso a serviços como pagamentos e propostas de crédito não apenas nos canais das instituições financeiras.

Fase 4 (15/12/21)

Ampliação do conceito Open Banking para incluir mais opções de dados que poderão ser compartilhados. Aqui, chega-se ao Open Finance.

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O Open Finance e as seguradoras

Com o compartilhamento dos dados do cliente entre as instituições, surge o conceito de Open Insurance – que impacta o setor de seguros.

Assim, os produtos, serviços e informações de uma seguradora ficam disponíveis para o consumo das outras. Com a chegada do Open Insurance, a quantidade de informações compartilhadas pelos clientes permitirá que as organizações possam desenvolver produtos específicos para cada um dos usuários

De acordo com Eduardo Fraga de Melo, diretor na SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), os seguros já estão mais presentes na vida do usuário do que ele imagina. Enquanto dirige, por exemplo, o rastreador do carro e o seguro contratado para o automóvel recebem informações; quando utiliza o plano de saúde ou o seguro de vida, também.  

O Open Insurance possibilita que as instituições explorem novos serviços de seguros. Um deles, por exemplo, seria a cobertura em desastres naturais, que têm acontecido com muito mais frequência por conta das alterações climáticas.  

Esse foco no cliente final irá impactar positivamente a competição entre as empresas: as instituições precisarão estar empenhadas em utilizar da melhor forma as informações que possuírem sobre seus clientes se desejarem alcançar sucesso no mercado.

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O Open Finance e o varejo

O Open Finance permitirá que os usuários compartilhem seus dados financeiros com praticamente qualquer empresa. Assim, vários setores da economia poderão desenvolver novos produtos e serviços para os clientes, e o setor varejista não fica de fora dessa.

Esse compartilhamento de dados possibilitará aos varejistas desenvolver opções de parcelamento e financiamentos personalizados às condições financeiras de seus clientes. As informações de transações, por exemplo, permitirão aos varejistas saber o quanto eles estariam dispostos a pagar por um produto.

Além de reduzir o nível de inadimplência das operações, será também uma forma das empresas diminuírem gastos com sistemas de recuperação de dívidas e provisões de devedores, por exemplo. 

Ampliando ainda mais possibilidades, essas informações poderão ser utilizadas na criação de campanhas personalizadas. Detectando, por exemplo, que o cliente contratou um financiamento imobiliário, a empresa poderá enviar à ele propagandas sobre móveis e eletrodomésticos.

“Segundo o BC, até o final deste ano serão mais de 700 empresas participando desse ecossistema. A expectativa é que elas possam oferecer ao cidadão soluções personalizadas com preços mais justos.” Celso Kleber (Qintess), no Webinar A Revolução do Open Finance

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O Open Finance e os investimentos

No âmbito dos investimentos, uma das grandes expectativas com a chegada do Open Finance é a portabilidade

É esperado que os usuários possam migrar seus investimentos de uma plataforma a outra com mais facilidade e inteligência. Dessa forma, haverá um aumento na competitividade – com o usuário adquirindo mais autonomia no mercado.

As empresas vão precisar estar muito à frente do cliente, ofertando seus produtos exatamente onde ele está consumindo. Assim, as prateleiras das instituições ficarão mais diversificadas, com maior disponibilidade de produtos concorrentes. 

Tudo isso reflete uma certeza para a maioria dos players de investimentos: com o compartilhamento de dados, o cliente estará no centro do mercado. Atualmente, algumas instituições já disponibilizam produtos e serviços de terceiros em suas plataformas. Com o Open Fiance, a tendência é que isso aumente ainda mais.

Somado a isso, segundo dados da Economática, temos um mercado mais maduro e conveniente para investimentos. Só em 2020, a B3 ganhou mais de 3 milhões de investidores pessoa física até outubro, um aumento de 80% em relação ao mesmo período de 2019. Nas instituições, foram registradas 27 ofertas primárias de ações, contra apenas cinco no ano anterior. 

Em 2021, o setor promete continuar aquecido: 13 empresas já estrearam na B3 esse ano, cinco pediram autorização e 37 operações já estão em análise.

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O Open Finance e a tecnologia

Para entendermos o processo tecnológico que está por trás do sistema Open Finance, precisamos falar sobre as APIs.

A Application Programming Interface, ou Interface de Programação de Aplicativos em português, é o recurso que possibilitará o compartilhamento de informações entre as instituições de maneira padronizada. E essa interface não surgiu com o Open Banking: ela é um importante elemento universal da tecnologia que é usado para conectar sistemas em diversas áreas.

Serão as APIs que permitirão a troca de dados de clientes entre as instituições. Todas elas receberão e enviarão os dados no mesmo padrão, e esse processo será supervisionado e regulado pelo Banco Central.

E aqui está o maior obstáculo: as instituições precisarão encontrar soluções para os desafios que a implementação do sistema vai trazer em termos de desenvolvimento de tecnologia e integração. 

As APIs não só terão que garantir uma transmissão segura de dados, mas também seguir os padrões definidos pelo regulador. E se isso não for realizado de maneira correta, os custos dessa jornada, para as instituições, poderão ser enormes.

No Reino Unido, por exemplo, a expectativa era que a implementação do Open Banking custasse aproximadamente 1 milhão de libras por instituição. Entretanto, o processo gerou custos de 1,5 bilhão de libras ao todo, considerando os nove maiores bancos do país.

Isso porque esse processo não inclui apenas o desenvolvimento de APIs, mas também a criação de outros elementos, como reports regulatórios, integrações com o diretório de participantes e a gestão de consentimento.

É por isso que as instituições, se quiserem reduzir significativamente o custo e o tempo da operação, precisarão realizar parcerias com empresas de tecnologia que desenvolvam soluções estratégicas para a implementação e integração do sistema.

Assim, é possível focar no que realmente importa: em novas ofertas e soluções que gerem valor a seus consumidores, garantindo vantagem competitiva frente aos concorrentes.

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Conclusão

Na era da informação, os dados se tornaram o capital mais valioso que uma empresa pode ter a respeito de seus clientes. Para alguns especialistas, inclusive, eles seriam o “novo petróleo” da atualidade – e um grande combustível para o futuro.

O Open Finance vem como uma nova proposta de modelo de negócios que simplifica os processos do mercado financeiro através do compartilhamento de dados, acelerando inovações, ampliando os canais de distribuição e atendimento e gerando novas receitas por meio de plataformas digitais.

Para os usuários, o Open Finance representará transparência e controle sobre informações – além do surgimento de melhores condições em todo o ecossistema de serviços financeiros. 

Para as empresas, os impactos dessa revolução estarão refletidos, principalmente, na ampliação da concorrência entre as instituições, já que o foco estará centrado 100% no cliente; e no surgimento de novos modelos de negócio.

Mas existe, também, outro impacto que precisa ser levado em consideração: o tecnológico.

Agora, neste exato momento, estão sendo desenvolvidas as soluções que moldarão o futuro das instituições financeiras. E, assim como o Open Banking vem para simplificar processos no mercado, é papel das empresas de tecnologia simplificar ao máximo a implementação do sistema.

Aliando expertise, conhecimento de negócio, segurança e tecnologia, estamos desenvolvendo uma solução capaz de turbinar a adaptação das instituições ao contexto digital Open Finance, criando experiências inovadoras aos consumidores, sem descuidar dos sistemas legados.

O Open Finance é uma realidade e o desafio foi lançado.

Fale conosco para saber mais sobre o Open Finance by Qintess!

A pandemia fez com que muitos negócios fossem forçados a investir ainda mais em tecnologia. Com isso as empresas viram sua importância. Entenda aqui:

Há uma curiosa expressão popular: no news, good news, algo como “a falta de notícias é um bom sinal”. Talvez esse ditado nunca tenha sido tão atual e verdadeiro como nos dias de hoje. Sobram notícias ruins. E uma das mais duras delas tem feito a manchete em todos os sites de negócios e noticiários. Trata-se do ajuste que o governo brasileiro fez sobre a previsão do PIB em 2020, que despencará de 2,1% para zero. Já o Banco Mundial projeta retração de 5% da nossa economia. Tudo fruto do impacto da síndrome do coronavírus no setor produtivo, centro gerador da riqueza, emprego e renda.

Espera-se que o Ministério da Economia enxergue o melhor caminho. Os desafios da macro e micro economia serão imensos. E os empresários brasileiros, aqueles com gordura adquirida ao longo do tempo, serão chamados a participar desse esforço de retomada. Enquanto isso, nos cabe, como profissionais de estratégia e direção, iluminar o caminho para o protagonismo do setor privado nessa crise.

Ao contrário de outras crises, nesta as empresas privadas devem estar prontas para alavancar o crescimento da economia. Alguns fatos sustentam essa afirmação. Se o governo souber precisar a dose dos incentivos aos empresários, o emprego tende a retomar mais rapidamente e as empresas poderão investir em eficiência e escala tão logo a poeira abaixe. As companhias mais aptas – aquelas que estiverem preparadas para encontrar boas soluções neste período – vão aproveitar melhor o novo momento.

Logo, uma das ferramentas essenciais nessa jornada de recuperação será a tecnologia da informação, cujo potencial de transformação das empresas é imenso, seja revitalizando os sistemas legados ou com soluções disruptivas que tragam eficiência, vendas e melhor experiência para o cliente. Os últimos anos exigiram do setor de TI muita energia.   

Entender o comportamento do consumidor, ainda mais mutante e exigente, digital e sedento por agilidade é vital. As empresas que proverem produtos e serviços, no canal adequado e com o preço justo, vão se destacar quando a crise passar. Talvez seja o kit de sobrevivência pós-crise.

Mas ainda há um poderoso gargalo nesse enredo. O mercado de TI enfrenta histórica carência de talentos. O Brasil, por exemplo, forma 10 advogados para cada engenheiro ao ano. Neste ponto, até a quarentena pode trazer oportunidades. Instituições, Sistema S e escolas técnicas, por exemplo, estão disponibilizando gratuitamente cursos e capacitação a distância que podem preparar melhor os atuais candidatos ou possibilitar novos entrantes no setor.

Enfim, a equação é complexa: além de coragem e fé é preciso medidas governamentais, gestão da escassez e planejamento. Afinal, como disse o lendário jazzista e pianista Duke Ellington, “os problemas são oportunidades para se mostrar o que sabe”.

Os bancos que melhor se adaptaram já entenderam que a TI se tornou o principal negócio da empresa, pois ela atrai novos clientes (correntistas ou não), aumenta receitas e reduz custos. Se avaliarmos a potencialização da percepção da marca no mercado, quanto mais digital, mais atrativa fica para os clientes. Quanto mais inovadora, maior seu poder de atração de parceiros e negócios.

Para os bancos maiores e mais tradicionais, foi um grande desafio, pois eles carregam sistemas legados pesados, marcados por forte regulamentação do banco central, por vezes antigos e repletos de diversas atualizações específicas das fusões e aquisições nas últimas décadas.

Em um breve levantamento cheguei em 90 instituições financeiras que deixaram de existir nos últimos 20 anos, a grande maioria foi adquirida ou por meio de fusão. Isso movimentou bastante o mercado de TI por anos, mas enquanto as aquisições aconteciam com velocidade, mais os sistemas legados eram impactados com as atualizações.

Em um País onde os cinco maiores bancos concentram 80% dos ativos e cerca de 65% das transações já são realizadas por canais digitais, os últimos anos trouxeram impactos muito severos em infraestrutura, operações e backoffice.

Outro ponto importante a destacar são as fintechs. Enquanto as operações dos gigantes de varejo cresciam (e encareciam), startups nasciam com um modelo de negócio encantador, alto poder de atratividade e com baixíssimos custos operacionais. Em um determinado momento, percebeu-se que o grande podia matar o pequeno, mas não podia conter o mais rápido. Os bancos não puderam mais ignorar este ecossistema.

Nesse cenário complexo, as empresas tendem a buscar esse equilíbrio dos custos, buscando redirecionamento dos investimentos. Em recente evento da consultoria global IDC sobre o mercado TIC no Brasil, o recado foi que 2018 está sendo o ano dos investimentos em TI para redução do custo operacional e/ou melhoria de produtividade.

Integradoras com capacidade de oferecer soluções completas se diferenciam e ganham destaque nesse mercado competitivo e repleto de fintechs. Pensando nisso, a Resource IT apresentou no último CIAB (maior evento de tecnologia para bancos da América Latina) uma solução de assinatura digital.

Se o contrato já for assinado de forma digital, elimina-se parte da cadeia de armazenamento, proporcionando mais eficiência e produtividade para as instituições. Ela se baseia nos principais pilares dos clientes: segurança, alta disponibilidade, custo/benefício e respaldo jurídico.

Milhares de contratos ainda são assinados em papel, coletados por empresas especializadas para custódia dos documentos e depois digitalizados e armazenados por, pelo menos, cinco anos após sua liquidação. Se você pensar em um empréstimo imobiliário, são muitos anos de contrato armazenado, sem contar que a digitalização por scanner gera arquivos maiores e que ocupam mais megabytes de storage.

Nossa solução prevê reconhecimento por assinatura (gafometria), autenticação biométrica (impressão digital ou facial) e tokenização, mas a biometria de voz também surgiu como opção para operações de telemarketing por exemplo.

Vale ressaltar que tudo depende de um bom diagnóstico e das necessidades do cliente. Nosso papel é consultivo, portanto, apoiar e direcionar o cliente para a melhor solução como principal objetivo. Não posso deixar de acrescentar nesse pacote, um importante valor agregado: paixão. Certamente, essa soft skil, faz toda a diferença.